História
A localização das terras de Pias tem permanecido entre Moura e Serpa como exprime a tradição oral, também disputas políticas e administrativas têm determinado que a jurisdição territorial da freguesia tenha transitado entre os concelhos que limitam a freguesia, Moura e Serpa.
Ao invés do que se possa julgar não muito longe de Pias foram encontrados vestígios de ocupação de povos que datam da idade do bronze, isto é, 3000 anos antes do nascimento de Cristo.
Tendo como referência a monografia de Pias, foi possível encontrar o “livro das grandes vilas da Lusitânia” escrito pelo romano António Pio, e publicado pelo historiador Mário Soa.
Verificamos neste livro que existiram duas vias romanas que vinham em direcção a Pias: uma proveniente de Serpa (caminho velho) e outra proveniente de Beja que passava pela cidade de Salida, hoje monte da Salsa em direcção de Arronches.
Estas vias encontram-se em Pias, seguindo a direcção da corte do Alho, onde foi encontrada uma coluna miliária (coluna das milhas terrestres), datada do tempo do Imperador Romano Adriano e que se encontra actualmente no museu de Moura.
Como resultado deste entroncamento de vias, constatado pelos vestígios arqueológicos, foi criado um agrupamento e povoamento muito significativo do povo romano e que posteriormente veio a acontecer também com os árabes, como prova a cova dos mouros e cova da crê.
Por volta de 1644, deu-se a divisão de grandes herdades, que foram aforados ou vendidas, deu-se uma transferência da população para a actividade no sector agrícola empurrado para a revitalização das famílias locais e estimulando o agrupamento populacional numa perspectiva de base agro-pastoril. A criação de Pias poderá estar associada à sua riqueza geológica: o granito com o florescimento da produção e manufactura de peças em granito, que deu origem à chegada de cabouqueiros, este local passou a ser conhecido por “Aspias” (ainda hoje utilizado pelas gentes de Moura:”…Vamos às pias).
Partindo para um passado mais recente é aqui que aparece a frase sobejamente conhecida “lá vai Serpa lá vai Moura e as Pias ficam no meio” proveniente de disputas político-administrativas para uma determinação da freguesia que, provavelmente não pertencendo a qualquer ordem militar no século XV, se tornou difícil a sua identificação jurídica e territorial.
Referido no “mapa das províncias de Portugal” datadas de 1762, o autor João Silvério Carinetti, fala sobre a chegada de matéria-prima destinada à cerâmica assinalada a localização actual da terra e com o nome de “As pias”.
Com a chegada do caminho-de-ferro, já no século XX, Pias sofreu um novo impulso evolutivo, pois como é sabido, o caminho-de-ferro era o meio de transporte mais rápido e moderno que dinamizou a ligação com os grandes centros urbanos.
De acordo com informações recolhidas junto da CP, Pias era a estação, que a seguir a Beja e Barreiro, tinha mais movimento.
Pias passou a vila no dia 30 de Junho de 1989.Hoje Pias é uma vila que orgulhosamente encara e prepara o futuro com realidade e determinação.
Provida de um conjunto de equipamentos que oferecem qualidade de vida aos residentes e forasteiros, demonstram a crença e o dinamismo dos verdadeiros pienses que continuarão, certamente, a fazer desta terra uma vila diferente.